segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Brasil precisa de pastores de caráter limpo

Samuel Costa da Silva
O caráter de um pastor define o seu ministério. Isso significa que um pastor cujo caráter é íntegro produzirá um ministério limpo, cheio de graça e de verdade, um ministério sem nebulosidades. Contudo, um pastor sem caráter, invariavelmente, produzirá um ministério fajuto, de mentirinha, caracterizado pela arrogância, vaidade, roubos (não só financeiros, mas de tempo e de vidas), adultérios e neuroses pessoais pretensamente anunciadas como revelações de Deus.

Não adianta um ministério aclamado pelos homens, mas reprovado por Deus. No final, o que conta mesmo é minha vida diante de Deus. Quando se trata de liderança pastoral há um trecho da palavra de Deus que muito me chama a atenção. É o texto de Mateus 7:21-23, que diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.”

O curioso nesse texto é que todas as realizações alegadas pelos que estão sendo reprovados no juízo final são funções associadas à liderança pastoral: profecias, expulsão de demônios, realização de milagres. Só líderes no reino de Deus realizam tais tarefas. O Senhor, entretanto, os reprova, pois o coração desses líderes não era limpo, seu testemunho era condenável, suas motivações mais íntimas eram mesquinhas e egoístas. Na verdade, esses líderes tomavam o nome de Deus em vão todas as vezes que realizavam milagres, profetizavam ou expeliam demônios, pois no dia-a-dia “praticavam a iniqüidade”, promoviam a si mesmos.

Jesus, no sermão do Monte, entre outras bem-aventuranças, declarou que são “bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt. 5:8). Deus se importa muito com um coração limpo. Por essa razão, Jesus inclui os limpos de coração em suas bem-aventuranças.

O pastor precisa ter coração limpo se deseja servir a Deus com integridade e um testemunho pessoal aprovado. Davi escreve “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente” (Salmo 24:3-4). Por isso, o líder da igreja, deve conservar o “mistério da fé com a consciência limpa” (I Tm. 3:9).

Manter um bom testemunho por ter um coração limpo não necessariamente fará do pastor um sucesso entre os homens. Pelo menos enquanto este pastor estiver vivo. Depois de morto é outra história. Não obstante, é o bom testemunho que fará desse líder um vitorioso diante do Seu Senhor, pois Deus sabe que o bom testemunho agrega as ovelhas, enobrece o reino de Deus, honra o nome do Senhor, não escandaliza os mais fracos na fé.

Portanto, cabe a cada líder pastoral avaliar diariamente como está o seu coração. Esse exercício devocional é imprescindível para ser bem sucedido no ministério da Palavra, pois somente os limpos de coração verão a Deus e, assim, serão considerados bem-aventurados.
Fonte: www.institutojetro.com

Cabeça cheia e coração vazio

Oswaldo Luiz Gomes Jacob

Aprendi que erudição e piedade devem sempre andar juntas. Pelas minhas observações, vejo que poucos têm esta convicção. O que tenho percebido é que há muitos teólogos, mas poucos líderes comprometidos com os ensinos do Mestre. A maioria está mais preocupada em ler e produzir material do que vivenciar os princípios do evangelho da graça no dia a dia da igreja e da comunidade em volta. Temos uma forte tendência de encher a nossa cabeça com princípios teológicos e o nosso coração ficar vazio de sentimentos cristãos. Precisamos unir o que sabemos com o que vivemos.
A nossa cabeça deve transmitir para o coração as verdades assimiladas. Razão e emoção devem ser convergentes. Ensino e prática devem andar juntos. Nas regiões onde o evangelho esfriou (principalmente na Europa Ocidental), as cabeças estavam cheias de teologia e os corações vazios. Temos uma forte tendência de ensinarmos o que não praticamos. Pregamos profissionalmente e não devocionalmente. A pregação e o ensino devem ser fruto de intimidade com o Deus Sublime e Santo e o relacionamento rico com o outro. O saber deve resultar no viver. A mente tem a ver com o saber, mas o coração com o viver. A mente armazena e o coração processa pelas emoções.

O perigo é escrevermos textos fora da nossa realidade vivencial. Há escritores sem nenhuma simpatia, mas tentam passá-la nos seus textos. Teologia se faz no terreno da experiência com o Senhor e com o nosso próximo. Os melhores textos são aqueles que são produzidos com o coração fervente, envolvente e, ao mesmo tempo, transcendente.
É muito fácil produzir textos a partir do mosteiro, da cela monástica sem nenhuma vida, apenas teorizações. Somos tentados a todo momento a sermos teóricos. Os escribas e fariseus eram mestres da religião, mas tão distantes do Senhor e do próximo. Nós, os escritores simples ou sofisticados, temos a tendência ao isolacionismo, com profunda dificuldade nos relacionamentos. Há elementos que são antipáticos, antisociais e elitistas. A cultura que realmente satisfaz é aquela que é fruto da minha convivência com Deus e com o meu próximo.
Na verdade, não temos paciência com pessoas que consideramos “chatas” como se não fossemos também. É insuportável do ponto vista humano conviver com pessoas com carências no relacionamento. É duro você ler um artigo ou um livro de alguém que não manifesta empatia, simpatia e amor. Como leitores e produtores de textos somos tendentes a vivermos em nossos casulos e esquecermos que o ser humano, feito à imagem e semelhança do Senhor, deve receber toda a nossa atenção.

Devemos ter cabeça cheia e coração cheio. Cabeça cheia de pensamentos positivos acerca do outro e de coisas excelentes (Fil 4.8) e coração cheio de amor para repartir. Como crentes, somos desafiados a ser como Jesus, que sempre foi manso e humilde de coração (Mt 11.29). Como leitores e escritores, sejamos alunos do Mestre Jesus, que sempre teve a Sua vida voltada para o alto, para o seu interior e para o próximo. Jesus é o nosso exemplo de coração cheio de amor e cabeça cheia de pensamentos positivos acerca de nós. A Sua mente e o Seu coração estavam debaixo da autoridade do Pai.
Não era a Sua vontade, mas a vontade do Pai. O teólogo é aquele que busca a profundidade do relacionamento com Deus e com o outro. Devemos aprender a ouvir o outro, mas principalmente ao Senhor. Na estrada da vida, o teólogo sempre encontra os caminhantes, os maltrapilhos com os quais ele deve se relacionar, amar profundamente em Cristo para então ter os subsídios para sua vida. Aqui está a riqueza da teologia que parte de cima e de baixo – Deus e o homem, Sua obra-prima tão amada.
Sejamos homens e mulheres cujas mentes sejam a de Cristo (1 Co 2.16) e cujos corações tenham a paz de Cristo Jesus como o seu árbitro (Cl 3.15). O nosso grande desafio é conciliarmos mente e coração à serviço dAquele que é a nossa inspiração constante. Glorificamos a Deus quando expressamos amor a Ele e amor ao nosso próximo – os dois pilares fundamentais do fazer teológico. Que o Senhor encontre em nós, Seus obreiros das letras e do saber, amor para com os mais necessitados, os pequeninos. Eles devem ser sempre alvo do nosso amor, carinho e afeto – atitudes e ações que certamente nos motivarão para levantar o maltrapilho e produzir textos que edificarão vidas tão preciosas. Um dia fomos alcançados pela graça de Deus. E esta graça que deve nos bastar para levantarmos o outro, vivendo a coerência de Cristo, nosso amado Senhor.

Alimentando as Ovelhas ou Divertindo os Bodes?

Charles Haddon Spurgeon

Existe um mal entre os que professam pertencer aos arraiais de Cristo, um mal tão grosseiro em sua imprudência, que a maioria dos que possuem pouca visão espiritual dificilmente deixará de perceber. Durante as últimas décadas, esse mal tem se desenvolvido em proporções anormais. Tem agido como o fermento, até que toda a massa fique levedada. O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo. A igreja abandonou a pregação ousada, como a dos puritanos; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões.

Minha primeira contenção é esta: as Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela? .Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. (Mc 16.15) . isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: .E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do evangelho., assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreram à mente do Senhor Jesus. E mais: .Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres. (Ef 4.11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque recusavam-se a fazê-lo? Os concertos de música não têm um rol de mártires.

Novamente, prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? .Vós sois o sal., não o .docinho., algo que o mundo desprezará. Pungente e curta foi a afirmação de nosso Senhor: .Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. (Lc 9.60). Ele estava falando com terrível seriedade!

Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram perscrutadores. Não O vejo dizendo: .Pedro, vá atrás do povo e diga-lhe que teremos um culto diferente amanhã, algo atraente e breve, com pouca pregação. Teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que com certeza realizaremos esse tipo de culto. Vá logo, Pedro, temos de ganhar as pessoas de alguma maneira! . Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los. Em vão, pesquisaremos as cartas do Novo Testamento a fim de encontrar qualquer indício de um evangelho de entretenimento. A mensagem das cartas é: .Retirai-vos, separai-vos e purificai-vos!. Qualquer coisa que tinha a aparência de brincadeira evidentemente foi deixado fora das cartas. Os apóstolos tinham confiança irrestrita no evangelho e não utilizavam outros instrumentos. Depois que Pedro e João foram encarcerados por pregarem o evangelho, a igreja se reuniu para orar, mas não suplicaram: .Senhor, concede aos teus servos que, por meio do prudente e discriminado uso da recreação legítima, mostremos a essas pessoas quão felizes nós somos.. Eles não pararam de pregar a Cristo, por isso não tinham tempo para arranjar entretenimento para seus ouvintes. Espalhados por causa da perseguição, foram a muitos lugares pregando o evangelho. Eles .transtornaram o mundo.. Essa é a única diferença! Senhor, limpe a igreja de todo o lixo e baboseira que o diabo impôs sobre ela e traga-nos de volta aos métodos dos apóstolos.

Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos convertidos. Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos convertidos.
Fonte: Editora Fiel
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