quarta-feira, 19 de abril de 2017

SEMENTES, SEMEADURA, SEMEADORES, SOLOS E FRUTIFICAÇÃO


Rev. Adilson Maciel de Araújo

 Marcos 4: 3-9
 Nesta passagem, o Senhor Jesus compara a pregação do Evangelho ao trabalho de um agricultor que sai a semear boas sementes. As sementes são o evangelho, o semeador são os discípulos de Cristo e os solos são os corações humanos; e é nos corações que são travadas as grandes batalhas, nas quais são definidos os destinos eternos. Jesus afirma que as sementes caem em 4 tipos de solos diferentes. Ao cair em solo bom, as sementes nascem e dão fruto em grande quantidade (vv. 8 e 20). Nos outros tipos de solos, a semente é prejudicada pela ação de diversos inimigos. 
 O 1º tipo de solo é denominado de "à beira do caminho" (v. 4) e o inimigo da santa semente nesse tipo de solo é Satanás: "...logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles”. O diabo é um inimigo real, pessoal, que fica à espreita, com o objetivo de roubar a Palavra que está sendo semeada. O solo duro, um coração impermeável, endurecido à Palavra que não acolhe nem acoberta a semente, fornecendo o ambiente para sua germinação é presa fácil de Satanás. Isso me remete à pergunta 160, do Catecismo Maior: “Que se exige dos que ouvem a Palavra pregada? "Exige-se dos que ouvem a Palavra pregada que atendam a ela com diligência, preparação e oração; que comparem com as Escrituras aquilo que ouvem; que recebam a verdade com fé, amor, mansidão e prontidão de espírito, como a Palavra de Deus; que meditem nela e conversem a seu respeito uns com os outros; que meditem nos seus corações e produzam os devidos frutos em suas vidas”. Algo é requerido dos que ouvem a Palavra: Eles devem portar-se com receptividade. Semente em terra dura não germina! 
 O 2º tipo de lugar onde caiu a outra semente é solo rochoso (v. 5), uma rocha coberta com fina camada de terra. Os ouvintes do “solo rochoso” são de pouca duração porque não possuem “raiz em si mesmos” (v. 17). Quando a semente lançada não se aprofunda, não produz resultado duradouro, é sinal de que o solo é rochoso. O evangelho chegou e a pessoa, de momento, o abraçou entusiasticamente. Mas veio a realidade, chegaram as dificuldades decorrentes da fé e então a semente semeada morreu antes de produzir fruto salvífico. Nos termos de Hebreus 5, uma pessoa pode ser de certo modo iluminada e inclusive provar algo do dom celestial e, ainda assim, não ser verdadeiramente regenerada. Cristianismo empolgado, pronto a atender a todo tipo de apelos emocionalistas, mas rasteiro; suposta conversão que não produz compromisso, suposto discipulado que não redunda em obediência. Crença fácil, "solo rochoso, não têm raiz em si mesmos”. 
 O 3º tipo de terreno onde a santa semente é lançada é o solo cheio de espinhos. A semente é lançada, mas logo sufocada. Os espinhos, diz-nos o Senhor Jesus, são “os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições” (v. 19). Sementes precisam de um ambiente próprio para se desenvolverem: nutrientes, água, oxigênio, incidência da luz solar. E mesmo depois de germinarem, elas precisam de espaço para lançar suas raízes. Se o solo estiver abarrotado de raízes concorrentes; se elas não conseguirem meios de aprofundar suas hastes a fim de obter provisão, então elas se atrofiam e morrem. Jesus está falando sobre devoção. Devotar-se a algo ou alguém é uma tarefa que denota amor verdadeiro e que absorve os pensamentos, energia, sentimentos, recursos e vontade. E a devoção é absoluta em suas exigências. Não há como se devotar integralmente a duas ou mais coisas ao mesmo tempo. O Projetista do coração humano o criou com espaço para apenas uma devoção central. Em um mesmo coração, não cabem os ídolos bem polidos, alojados nos pequenos altares da alma — escondidinhos dos olhos humanos, mas visíveis aos olhos de Deus. Aqui a Escritura nos alerta para o perigo das coisas que são legítimas em si mesmas, mas quando entronizadas, tornam-se idolatria e sufocam o desenvolvimento da Palavra. Corações cheios de espinhos: A semente é lançada, mas é asfixiada, quase que imediatamente. 
 A mesma semente cai em 4 tipos de solos diferentes; em 3 deles, não prospera. O problema é com o solo e não com a semente, diz-nos o Senhor. Semeadores precisam confiar na eficácia da Palavra inerrante e semeá-la arduamente e de forma fiel, cientes que haverá apenas 25% de aproveitamento positivo. Mas, o Senhor Jesus ensina que o reino de Deus vai progredir. Haverá solos impróprios para a frutificação que serão cavados, tratados e adubados; tornarão solo bom, no qual vingou a semente do evangelho e esta produzirá a “trinta”, a “sessenta” e a “cem por um” (vv. 9, 20). Assim, o semeador precisa dedicar-se com todo empenho e semear a boa semente ciente de que "Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes." (Sl. 126. 5,6)
"Amigos não esqueçam de olhar no final da pagina, as postagens antigas e deixar seu comentário ou recadinho."